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Acadêmicos da FQM visitam aldeia indígena em Porto Esperidião


Por Renilson Senhorinho

Acadêmicos  da FQM  visitam  aldeia indígena em Porto Esperidião

Foto: Reprodução

Acadêmicos do 9º semestre do Curso de  Enfermagem  da Faculdades de Quatro Marcos – FQM-, vivenciaram uma experiência no contato com os índios e descendentes da etnia chiquitana no município de Porto Esperidião.

O objetivo  Aula pratica de campo foi gerar um intercâmbio de saberes e vivências, através de roda de conversas. “Foi uma visita muito construtiva, e podemos ter o conhecimento da organização da tribo, aonde eles apresentaram danças. Fizemos uma roda de bate papo, onde sanamos as nossa duvidas e as deles também. Foi algo maravilhoso” . Afirmou professora Regina  Sandra de Souza Andreto.

Segundo  Rafael Soares Correia, a visita dos estudantes reforça o compromisso da FQM em gerar uma formação humana e identificada com as principais causas sociais, sendo a defesa da cultura dos povos indígenas uma delas.

Durante a realização da atividade, os estudantes conheceram a cultura indígena local, onde moram mais de 100 indígenas, divididos entre 23 famílias. Lá, eles interagiram com indígenas, conhecendo a história do povo indigena Chiquitanos, aonde foram relatados todo o problema social que vivem. Eles puderam ouvir  que os índios  não caçam, não pescam  e nem fazem artesanatos..

A HISTÓRIA DOS CHIQUITANOS

A aldeia Vila Nova Barbecho se localiza a 110 km da sede do município de Porto Esperidião, e a 460 km de Cuiabá-MT. Atualmente, moram na aldeia 23 famílias, somando aproximadamente 112 pessoas. Existiam mais famílias na aldeia, porém algumas já se mudaram para outros locais.

Vivemos na região há séculos, desde nossos ancestrais, ali estão enterrados muitos de nós. Com a invasão dos fazendeiros, a aldeia sofreu alterações na língua materna, na crença, nos rituais, nas tradições e foi desestruturada por alguns anos. Com muita cautela e resistência conseguimos manter nossa identidade étnica e de nacionalidade. Firmando que, sempre vivemos nesse pedaço de chão e que somos originários. Em toda essa região de fronteira encontra vestígios de nossa existência enquanto Chiquitanos, principalmente pedaços de potes, panelas, travessas, cassuelas, moringas, túmulo, todos feitos de barro. Mesmo com os desmatamentos, a destruição de cemitérios Chiquitanos, a aração da terra e tentativas de apagarem nossas provas, ainda é bem visível que sempre estivemos morando nessa região.

Nosso território encontra-se em processo de estudos jurídicos no Ministério Público (MPF) e na Fundação Nacional do Índio (FUNAI), e a solução para nós é a demarcação do nosso território tradicional na Gleba da União chamada Santa Rita, mas ainda não foi designado um Grupo de Trabalho com um antropólogo pela FUNAI para estudos de demarcação. Atualmente, estamos vivendo cercado com arame em 25 hectares, o que é extremamente pequeno e não supre a necessidade e demandas das famílias Chiquitano. Dentro desse pequeno espaço tem as casas de moradia tradicionais, roças, escola, capela católica, salão comunitário e campo de futebol.

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