Por RD News - Jacques Gosch
A bancada de deputados federais por Mato Grosso terá renovação de 50% a partir de 1º de janeiro de 2015. Foram reeleitos neste domingo Nilson Leitão (PSDB), Ságuas Moraes (PT), Carlos Bezerra (PMDB) e Valtenir Pereira (Pros). Os novatos na composição são Adilton Sachetti (PSB), Fábio Garcia (PSB), Ezequiel Fonseca (PP) e Victório Galli (PSC).
A renovação foi favorecida porque integrantes da atual bancada não disputaram a reeleição. Homero Pereira (PSD) faleceu no exercido do mandato e foi substituido pelo petista Ságuas Moraes enquanto Júlio Campos (DEM) resolveu deixar a vida pública. Já Roberto Dorner (PSD), que entrou na vaga do mensaleiro Pedro Henry (PP), cassado logo após a condenação no STF, não disputou a reeleição alegando motivos de ordem pessoal. Wellington Fagundes (PR), por sua vez, concorreu ao Senado e saiu vitorioso.
Na nova correlação de forças, cinco deputados federais apoiaram o governador eleito Pedro Taques (PDT), sendo eles Leitão, Sachetti, Fábio, Ezequiel e Galli. Os outros três parlamentares estavam na coligação do segundo colocado Lúdio Cabral (PT) – Ságuas, Bezerra e Valtenir.
O grande vencedor foi o PSB comandado em Mato Grosso pelo prefeito de Cuiabá Mauro Mendes. Além de eleger Fábio Garcia, sempre bem colocado em todas as pesquisas de intenção de voto, os socialistas ainda emplacaram o ex-prefeito de Rondonópolis Adilton Sachetti, que resolveu entrar na disputa na última hora.
O PSD da candidata a governadora Janete Riva, que amargou a terceira colocação na disputa majoritária, sofreu uma derrota história nas eleições à Câmara Federal. A sigla social-democrata chegou a contar com dois parlamentares na legislatura anterior - Eliene Lima e Dorner - desta vez não conseguiu eleger nenhum representante.
A grande surpresa foi o Procurador Mauro (PSOL), que apesar dos 84.186 votos, não conseguiu se eleger. Isso porque a sigla, que optou por não fazer coligação, não conseguiu os 210 mil votos necessários para garantir uma vaga de deputado federal.
Perfis
O tucano Nilson Leitão, ex-prefeito de Sinop, foi reeleito como o deputado federal mais votado. Ele teve 127.749 votos. Na Câmara Federal, atuou como líder da minoria e fez oposição sistemática ao Governo Dilma Rousseff (PT).
Adilton Sachetti é ligado ao senador Blairo Maggi (PR), foi prefeito de Rondonópolis e diretor da extinta Agecopa. Antes de se abrigar no PSB, passou por legendas como PR e PDT.
Fábio Garcia, afilhado político de Mauro Mendes, exerceu o cargo de secretário de Governo de Cuiabá. Neto do ex-governador Garcia Neto e filho do dirigente do PSB Robério Garcia, é o mais jovem da bancada com 37 anos.
Ságuas Moraes foi prefeito de Juína por dois mandatos e secretário estadual de Educação. Deixou o cargo no governo do Estado para assumir cadeira na Câmara Federal após o falecimento de Homero em 2013.
O reeleito pela terceira vez Carlos Bezerra, aos 72 anos, é o mais velho da bancada federal. Dirigente máximo do PMDB no Estado, já foi prefeito de Rondonópolis, governador e exerceu cargo de senador.
Ezequiel Fonseca arriscou a reeleição quase certa à Assembleia para concorrer à vaga na Câmara Federal e obteve êxito. Ex-prefeito de Reserva do Cabaçal e ex-presidente da AMM, herdou o espólio político do mensaleiro Pedro Henry, de quem recebeu o comando do PP no Estado. Victório Galli, suplente na atual legislatura, conseguiu se eleger com respaldo da Igreja Assembleia de Deus. Porta-voz dos setores conservadores, defende bandeiras contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, aborto e legalização da maconha.
O último colocado é o defensor público Valtenir Pereira, que em 2011 deixou o cargo de vereador por Cuiabá para assumir vaga de deputado federal. Em 2013, trocou o PSB pelo Pros após diversas brigas contra o grupo de Mauro Mendes.