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CASSAÇÃO DE CUNHA: Bancada de MT fica em cima do muro


Por DC - RAFAEL COSTA

CASSAÇÃO DE CUNHA: Bancada de MT fica em cima do muro

Foto: Reprodução

A bancada federal de Mato Grosso se encontra no muro! Esta é a melhor definição para o posicionamento dos deputados federais por Mato Grosso em relação à saída de Eduardo Cunha (PMDB/RJ) da presidência da Câmara. A indecisão toma conta da maioria, mas Ságuas Moraes (PT), Nilson Leitão (PSDB) e Victório Galli (PSC) querem que o presidente pegue o boné e deixe a cadeira do segundo na hierarquia da sucessão presidencial. 

O peemedebista é suspeito de manter em contas secretas na Suiça uma quantia de até US$ 5 milhões de dólares que seria resultado de propina da Petrobrás. 

Por isso, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou processo para apurar a suspeita de quebra de decoro, o que pode lhe acarretar até na cassação do mandato. 

O deputado federal Nilson Leitão afirma que compactua com o seu partido, o PSDB, de que a saída de Cunha é necessária para preservar as investigações e garantir ao parlamentar acesso a ampla defesa e contraditório, porém, defende que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) seja colocado em votação antes de uma eventual renúncia. 

Questionado se as acusações contra Cunha não o enfraquecem para colocar em votação um pedido de impeachment, o deputado mato-grossense diz que não vê nenhum impedimento legal. 

“É o mesmo que um policial militar acusado de extorsão presenciar um crime e não agir para prender o criminoso porque está sendo investigado. Isso não tira o seu dever funcional”, disse. 

Embora faça elogios ao desempenho de Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados, o deputado federal Victorio Galli (PSC) defendeu a saída do peemedebista. “É um presidente dinâmico que dá folego ao Legislativo. Entendo que para dar mais lisura ao processo, seria melhor renunciar. Mas, o próprio regimento interno da Câmara dos Deputados assegura a permanência na presidência. Vamos aguardar com cautela”, disse. 

Correligionário de Cunha, o deputado federal Carlos Bezerra informou que não teria condições de se manifestar neste momento. “Não tive acesso aos autos da investigação. Seria muita imprudência avaliar algo prematuro”, justificou. 

Por outro lado, o deputado federal Ságuas Moraes (PT) defendeu abertamente a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. 

“A situação dele está insustentável. A cada dia aparece uma nova denúncia e fica muito delicado permanecer à frente da Câmara dos Deputados dessa maneira. Acredito que a Comissão de Ética fará um trabalho correto”. 

Por outro lado, os deputados federais Adilton Sachetti e Fábio Garcia, ambos do PSB, irão aguardar uma manifestação oficial do partido para, a partir daí, acompanhar a orientação. No total, o PSB tem 32 deputados federais. 

O deputado federal Valtenir Pereira (PROS) informou que aguarda a manifestação do STF (Supremo Tribunal Federal) para firmar posição. O parlamentar ressaltou que não teve acesso ao teor da denúncia. O deputado Ezequiel Fonseca (PP) não atendeu aos telefonemas da reportagem.