Por Redação Quatro Marcos Noticias
Luiz Carlos Bordin homenageia a ex-cantora, destacando sua trajetória artística e expressando pesar pela trágica perda.
A morte de Angela de Souza Balieira, 29, ex-cantora e figura conhecida na cena musical de São José dos Quatro Marcos, causou profunda comoção na comunidade local. Após ser vítima de uma tentativa de homicídio brutal, que envolveu espancamento e tiros, Angela foi resgatada em estado gravíssimo do córrego Caetezão, a cerca de 6 quilômetros da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no hospital.
A tragédia não apenas chocou os moradores da cidade, mas também trouxe à tona lembranças de sua promissora carreira artística. Angela, que venceu diversos festivais de música a nível estadual, viu sua trajetória interrompida por problemas de saúde mental em 2010.
Em meio ao luto, o Chefe do Departamento de Cultura de São José dos Quatro Marcos, Luiz Carlos Bordin, expressou sua profunda tristeza pela perda de Angela e prestou uma emocionante homenagem à cantora. Ele destacou a importância que Angela teve para a cultura local, lembrando de sua dedicação e talento inquestionável.
Homenagem de Luiz Carlos Bordin:
“A cultura de Quatro Marcos está de luto. Partir deste mundo é uma porta que todos um dia temos que abrir. Mas para esse talento nato do nosso município, não foi assim: abriram a porta e não lhe deram o direito de escolher se queria ou não passar por ela.
Angela de Souza Balieira, uma jovem que se encantou com a música e fez dela um estilo de vida, mesmo em épocas tão conturbadas de se conseguir apoio cultural. Ainda menina, cantou em vários festivais da cidade e, ao lado de outros artistas que hoje são grandes nomes da música brasileira, conquistou muitos prêmios.
O auge de sua carreira se deu em 2009 e 2010, quando a cultura local a levava para participar dos grandes festivais de Mato Grosso. Ela era menor de idade, e eu a acompanhava. Quantas vezes nesses dois anos me emocionei a cada vez que ela subia no palco e entoava suas músicas com maestria e perfeição. Eram raras as viagens em que não trazia um troféu de vencedora na bagagem.
Menina meiga, atenciosa, entendida do assunto, mas mesmo assim não se vangloriava. Ajudava as demais cantoras, ensaiava com elas, dava dicas de se posicionar no palco e como manter o controle da voz. No palco, Ângela Balieira não via adversárias, mas pessoas que, como ela, corriam atrás dos sonhos. Angela era querida e respeitada pelos concorrentes, que reconheciam a grandeza musical que ela tinha.
Mas o destino quis que ela tivesse uma carreira breve na música, pois em agosto de 2010 Angela teve um surto de esquizofrenia que a afastou do que mais amava: cantar. Amiga, companheira, filha que eu considerava. Tínhamos uma bela amizade, principalmente em virtude de tudo o que vivemos juntos em busca de um palco para cantar.
É, amiga, no sábado passado estávamos juntos comendo salgado na lanchonete do Super Lima. Conversamos bastante, como nos velhos tempos. Não sabia eu que aquele seria nosso último papo.
Te abriram a porta da vida contra sua vontade. Agora, você vai cantar com os anjos as melodias mais puras do celestial. Sei que está nos braços do Pai, mas jamais a esqueceremos, até porque sua voz, sua imagem e sua presença de palco continuarão em nossos corações.
Vai em paz, amiga, Ângela de Souza Balieira. Te amamos até o céu.”