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CPI aposta em reabertura de frigoríficos no Estado


Por RD News

CPI  aposta em reabertura de frigoríficos no Estado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Frigoríficos ouviu, nesta terça (9), os depoimentos de duas das três testemunhas convocadas à reunião ordinária. O sócio-proprietário das empresas frigoríficas Friouro-Frigozan, com sede em Matupá, e Frigorífico Juruena, localizado no município de Juruena, Evandro Luiz Durli, foi o primeiro a ser ouvido pelos membros da CPI. Na sequência, o interrogado foi a testemunha Lúcio Pinto Sampaio Junior, proprietário da empresa Tatuibil Industrial de Alimentos, que esteve em atividade por apenas cinco anos em Sinop.

Evandro Durli explicou que, atualmente, suas empresas não se encontram em funcionamento e sua atividade sempre foi o comércio de couro.

“Nunca tive interesse no comércio de carne, e não participei da construção das plantas de Matupá e Juruena. Aliás, sentimos muito com falta de logística em Juruena, por causa das péssimas condições das estradas na região, onde não há asfalto”, disse ele.

No entanto, o deputado Pedro Satélite questionou o depoente sobre a irregularidade da área doada pela prefeitura para a instalação do frigorífico.

“A empresa jamais funcionou e não gerou empregos para o município, e depois venderam o espaço para terceiros. Isso é irregular e o Ministério Público do Estado está ciente e acompanha o caso”, apontou Pedro Satélite.

A CPI dos Frigoríficos investiga se as empresas frigoríficas estão cumprindo as obrigações assumidas por meio de termos de compromisso firmados entre as empresas e os poderes públicos, neste caso, empresas que receberam financiamentos e incentivos fiscais.

No depoimento de Lucio Sampaio, os deputados direcionaram os questionamentos para o curto período de atividade da empresa Tatuibil, entre 2002 a 2007, quando, após este período, teve a razão social da empresa alterada para o nome Rodopa, e até então, não iniciou a operação na planta frigorífica.

“Chegamos a abater cerca de 500 cabeças diárias, atuando num raio de 300 quilômetros na região de Sinop. No começo, havia uma boa margem de lucro, mas depois começamos a ter prejuízos”, afirmou Sampaio.

Natalino Bertin, representante do Frigorifico Bertim, que também deveria prestar depoimento nessa terça, requereu redesignação para o dia 16 deste mês. O pedido foi votado e aceito pela comissão.

Para o presidente da CPI, deputado Ondanir Bortolini (PSD), Nininho, o trabalho realizado pela equipe técnica e deputados começa a mostrar resultados. O parlamentar destaca, também, a contribuição das testemunhas para a elaboração do relatório conclusivo.

“Já temos a sinalização de reabertura de plantas frigoríficas, a situação do setor começou a mudar. Entendo que, no mínimo quatro a cinco plantas têm viabilidade para voltar às atividades. O comparecimento das testemunhas convocadas ajuda e muito nos trabalhos da equipe técnica”, avaliou o parlamentar.

Segundo o presidente da CPI, os depoimentos desta terça, esclarecem ainda mais sobre a situação das empresas que venderam ou arrendaram plantas frigoríficas. “Algumas empresas estavam em atividade no Estado, algumas foram forçadas por grupos econômicos a vender ou arrendar plantas frigoríficas em atividade. O resultado das negociações foi o desequilíbrio causado e que afetou de maneira expressiva o mercado de trabalho. Hoje, apenas três grupos operam em Mato Grosso”, pontuou Nininho.