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Depoimentos de pacientes e médicos iniciam debate sobre ozonioterapia na AL


Por LAURA NABUCO/ Assessora de Gabinete

Depoimentos de pacientes e médicos iniciam debate sobre ozonioterapia na AL

Foto: Ronaldo Mazza-ALMT

Pesquisa deve fundamentar a elaboração de um projeto de lei e um projeto-piloto visando à implantação da técnica no sistema de saúde de Mato Grosso

Depoimentos de médicos e pacientes que apresentaram melhora de seus quadros utilizando a ozonioterapia marcaram a abertura dos trabalhos da Câmara Setorial Temática (CST) instalada nesta quinta-feira (14) na Assembleia Legislativa para discutir a regulamentação do tratamento no Brasil.

Autor do requerimento pela instalação da CST, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) acredita na possibilidade de o Governo do Estado abraçar a causa e fazer com que Mato Grosso seja o pioneiro na utilização da técnica no sistema público de saúde.

CST-Ozonioterapia (Foto: Ronaldo Mazza-ALMT)

“A acupuntura levou 20 anos para ser regulamentada e, quando foi, só trouxe benefícios para as pessoas que fazem o uso dela. Conhecendo o governador Pedro Taques (PSDB) como conheço, tenho certeza que, se o trabalho for bem fundamentado pela Câmara, ele vai abraçar a causa e Mato Grosso será o precursor da Ozonioterapia no Brasil”, avaliou o parlamentar, pontuando o sucesso da CST já no dia de sua instalação.

“Era um simples ato de instalação, que costuma durar de 15 a 20 minutos, e acabou tendo quatro horas de duração, em função da dimensão dos profissionais que vieram prestigiar e do próprio tema em si”, ressaltou.

Relatora dos trabalhos da CST e presidente da Associação Brasileira de Ozonioterapia, a médica Maria Emília Gadelha Serra afirma que a intenção é que as discussões e pesquisas feitas pelos profissionais envolvidos resultem na elaboração de um projeto de lei que autorize o uso da técnica em Mato Grosso, bem como de um projeto piloto de aplicação da Ozonioterapia em um hospital público de Cuiabá.

Segundo o presidente da Federação Mundial da Ozonioterapia, o médico espanhol José Baesa Nocci, a técnica diminui a inflação e aumenta a velocidade de recuperação dos tecidos, por isso, a Ozonioterapia tem se mostrado eficiente no tratamento de diversos tipos de doenças, entre elas a hanseníase – que tem alto grau de incidência em Mato Grosso - e feridas causadas pela diabetes.

Para Nocci, os trabalhos pela regulamentação da técnica precisam se focar em quatro pilares: a introdução do tema nas grades de ensino das faculdades de medicina, odontologia e veterinária; o fortalecimento dos cursos de pós-graduação a respeito da técnica; a criação de linhas de pesquisa dentro das universidades; e a utilização da Ozonioterapia em unidades públicas de saúde.

Debate - A abertura da Câmara Setorial contou com a participação da presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), a médica Maria de Fátima Carvalho Ferreira, que expôs os argumentos utilizados pelo Conselho Federal da profissão para considerar a técnica apenas como experimental no Brasil. Segundo ela, o objetivo da entidade é sempre fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), visando a otimização da aplicação dos recursos público destinados ao setor.

Para Oscar, a presença dela nos debates deve ser de fundamental importância, justamente, para apresentar o contraponto acerca da técnica e, na medida do avanço dos trabalhos, levar o resultado final ao conhecimento do CFM.

“Tenho certeza que, quando terminarmos a Câmara Setorial, a senhora vai se convencer e será a primeira a ligar para o CFM e dizer: gente, vocês precisam conhecer essa técnica!”, disse o parlamentar.

Parceria - O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado, também esteve na abertura da CST e colocou o Ministério Público Estadual (MPE) à disposição para auxiliar nas questões jurídicas que envolvem o processo de regulamentação da Ozonioterapia. Sua avaliação é de que, se a técnica é aplicada com sucesso há décadas em diversos países da Europa, a discussão no Brasil precisa ser no sentido de porque ela também não é utilizada aqui.

“Se temos tantos países que estão desenvolvendo essa técnica há anos, o Brasil precisa apontar no que estes países estão errados e não apenas dizer que é contra. Temos que abrir nossas cabeças para a pesquisa científica. Não me posiciono em defesa da terapia, mas do povo que precisa de tratamento e do bom debate”, pontuou Paulo Prado, parabenizando o deputado Oscar Bezerra pela iniciativa de debater um tema que ainda é alvo de polêmica no país.

Nesta sexta-feira (15), os membros da Câmara Setorial Temática foram recebidos na sede do Ministério Público pelo procurador-geral para discutir o assunto. “Toda minha atuação profissional foi em prol de causas sociais, então, no que eu puder ajudar para este propósito, estou à disposição”, destacou Paulo Prado.