Por Folha de Araputanga
Em 28 de junho de 1989 foi sancionada a Lei 7.783 pelo então presidente da República José Sarney. Uma vez em vigor, a lei normatizou o exercício do direito de greve, definiu as atividades essenciais e passou a regular o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Entre seus 19 artigos destaca-se o de número 10, perfeito para lançar luzes sobre o momento de dificuldade que moradores de Araputanga enfrentam: a falta d’ água. O Art. 10 põe como serviço essencial, logo no seu primeiro inciso, o “Tratamento e abastecimento de água, a produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis”. No total o Artigo tem 11 incisos, porém, no momento é o primeiro que interessa a todos os cidadãos.
O murmúrio se espalha e passa à condição de senso comum: centenas caixas e reservatórios de água desérticos e milhares de torneiras secas e, donas de casas desesperadas.
Ao tomar conhecimento do fato, o Ministério Público em Araputanga, através do Promotor de Justiça Dr. Luiz Fernando Rossi Pipino baixou Portaria 012/2013 e resolveu investigar, através de inquérito civil, “A qualidade do serviço de fornecimento de água prestado pelo Poder Público Municipal”. A partir de segunda-feira, dia 12 as autoridades serão convocadas a dar as razões da falta de água nas torneiras. O argumento que falta hidrômetro já é recorrente de outros governos e ninguém fez nada.
Economizar água é preciso, mas economiza quem tem. A estiagem chegou e chegou com força. Há vários dias não cai nenhuma chuva pesada sobre o município e o problema do abastecimento de água começa a ficar crítico na cidade de Araputanga.
A captação de água no Ribeirão das Pitas somado aos poços artesianos pode chegar a cerca de 150 mil litros por hora. A cada dia são cerca de três milhões e seiscentos mil litros de água captadas e enviadas para tratamento no DAE municipal.
O jornal Folha de Araputanga obteve a informação que a captação, tratamento e distribuição da água estaria normal. Anormal mesmo é o uso da água, por parte de alguns moradores para molhar ruas que poderiam receber uma ducha com caminhão pipa.