Por BIANCA FUJIMORI - MIDIA NEWS
Após quase quatro décadas de separação, Tereza Silva, de 46 anos, finalmente pôde ouvir a voz de sua mãe, Altamira da Silva Lopes, de 69, na última terça-feira (24), em Cuiabá.
Tereza havia registrado um boletim de ocorrência à procura da mãe em 2016, em Cuiabá, mas a aposentada só foi localizada pela Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) na última segunda (23). Altamira atualmente mora em Palmeira D’Oeste (SP).
“Me ligaram na segunda-feira dando a notícia. Aí à noite eu não consegui nem dormir. Fiquei muito ansiosa porque não sabia qual seria a reação dela. Eu, praticamente, não conheço a minha mãe. Fiquei muito nervosa e emocionada. Nem acreditava que estava acontecendo”, relatou.
A ligação chegou a ser filmada pela Polícia Civil na delegacia. No vídeo, Tereza aparece nervosa antes de falar com a mãe. Depois que as duas começam a conversar, ela desaba em lágrimas.
“Eu me assustei. Não dava para acreditar que era verdade. Parecia que eu estava anestesiada”, descreve Tereza. Saudade de longa data
Conforme a filha, a família morava em São José dos Quatro Marcos. Certo dia, Altamira saiu de casa após se separar do pai, quando a filha ainda tinha apenas sete anos.
“Ela foi embora. Separou do meu pai e saiu de casa. Amanheceu o dia e ela não estava mais em casa. A gente nunca mais viu, nunca mais teve notícias dela”, relembra.
Alguns anos mais tarde, Tereza também acabou se separando da irmã mais velha, Ivanete Alves Cardozo. Morando em Cuiabá, ela decidiu reencontrar com seu passado. Tereza conta que sentia a necessidade de se reconectar com a mãe e a irmã.
“Eu sentia muita saudades. Sempre tive vontade de encontrar a minha mãe para a gente conversar, para a gente se perdoar, matar a saudade. Não há nada no mundo que separe o amor de filho para mãe e de mãe para filho”.
Há 15 dias, a Polícia conseguiu localizar a irmã em Pontes e Lacerda. As duas conversaram pela primeira vez após 33 anos por videochamada.
Agora, de acordo com Tereza, a mãe se prepara para vir para Cuiabá em outubro. Em seguida, as duas partem para o interior do Estado para visitar a outra filha.
“São muitas expectativas. Mas só pelo fato de tê-la encontrado e conversado com ela, eu já estou muito feliz. Só de saber que ela está viva, está bem, já fico aliviada”.