Por Plenário - A Notícia Agora
Uma catadora de recicláveis encontrou no lixo cheques que somavam R$ 250 mil doados ao Hospital do Câncer de Barretos (423 km de São Paulo). Ela devolveu o dinheiro à instituição, que agora deve contratá-la.
Ana Maurícia dos Santos Cruz, 23, recolhia os recicláveis, na manhã de sexta-feira (23), em um depósito da prefeitura quando encontrou os cheques, que haviam sido jogados no lixo por engano. Eles estavam em um envelope, dentro de uma agenda. Sem saber sobre os cheques, ela levou a agenda para casa.
Depois do dia de trabalho, ao chegar em casa, por volta das 19h, ela foi olhar a agenda na esperança de utilizá-la e achou os cheques. O dinheiro tinha sido arrecadado em um leilão beneficente feito no Mato Grosso.
""Eu peguei a agenda, achei muito bonita e coloquei dentro do caminhão. Mas não cheguei em momento nenhum a olhar a agenda por dentro. De noite,quando cheguei em casa, abri a agenda e achei o envelope. Levei um susto com tanto cheque graúdo", afirmou.
No dia seguinte, ela procurou o hospital e pediu para falar com o diretor-geral da instituição, Henrique Prata.
"Ele estava viajando, mas depois consegui falar com ele e contei o que tinha acontecido e que queria devolver. Ia marcamos e fui até lá entregar", disse.
Hospital de Câncer
Em nota, o Hospital de Câncer de Barretos esclareceu que os cheques encontrados no lixo da unidade foram doados durante um leilão de gado em São José dos Quatro Marcos (MT). Segundo a instituição, as doações foram descartadas por erro de um funcionário, mas não esclareceu se o trabalhador receberá algum tipo de punição, ou se será aberta sindicância para investigar os fatos.
Promessa de emprego
A catadora de recicláveis Ana dos Santos Cruz, de 23 anos, completa nesta quinta-feira (29) quatro meses na cooperativa de material reciclável em que trabalha atualmente. Quase uma semana depois de devolver R$ 250 mil em cheques de doações encontrados no lixo ao Hospital de Câncer de Barretos (SP), ela ainda espera ser chamada para ser contratada pela unidade e mantém as esperanças de melhorar suas condições de vida.
Uma vaga de trabalho num dos principais centros médicos de tratamento oncológico do país foi a promessa, segundo ela, feita pela própria direção na última sexta-feira (23), como recompensa pelo ato de honestidade. Henrique Prata [diretor do hospital] falou que eu poderia trabalhar lá a qualquer hora que eu quisesse, diz ela.
Catadora conta que divide o quarto com o filho na casa dos pais em Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)