Por Flávia Borges, G1 MT
Em Mato Grosso, até governadores interinos tinham direito à pensão. O valor pago a eles variava de R$ 9 mil a R$ 24 mil.
O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o fim da pensão vitalícia paga a ex-governadores de Mato Grosso e a seus dependentes. A decisão foi proferida em 25 de outubro por unanimidade pelo Pleno do STF. O valor pago a eles variava de R$ 9 mil a R$ 24 mil.
Em Mato Grosso, até governadores interinos tinham direito à pensão. Iraci Araújo Moreira, que foi vice do ex-governador e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi, recebia mensalmente R$ 15.083,79 (em valores brutos). Ela assumiu o cargo por alguns dias, durante as viagens internacionais de Maggi.
Outro exemplo é Maria Valquíria dos Santos Cruz, que herdou uma pensão de R$ 15.083,79 mensais. Ela é viúva de Evaristo Roberto Vieira da Cruz, que foi presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e ganhou direito ao benefício porque exerceu o cargo de governador por 16 dias.
Segundo a decisão, o STF “não autoriza a continuidade do pagamento de pensão mensal e vitalícia a ex-governadores, ex-vice-governadores e substitutos constitucionais, nos termos do voto do relator”.
O STF julgou inconstitucional a parte final do artigo 1º da Emenda Constitucional 22/2003. A lei previa que “todos os governadores do Estado que exerceram o cargo em caráter definitivo e aqueles que no desempenho desse cargo cumpriram o ato constitucional da transmissão, fazem jus, a título de representação a um subsídio mensal e vitalício”. Viúvas e filhos dos ex-governadores também recebiam um pagamento mensal.
A decisão atende a uma ação interposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que pedia a suspensão do pagamento, sob a alegação de que os pagamentos só poderiam ser feitos enquanto os beneficiários ocupassem os respectivos cargos e que o subsídio não poderia ser entendido como pensão e, por isso, não poderia ser repassado às viúvas e filhos.
Confira os beneficiários